Uma técnica de pavimentação de estradas está a ser utilizada, pela primeira vez, em toda a Península Ibérica. Um docente e duas investigadoras do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da UBI estão a acompanhar o processo e a tentar melhorá-lo. Reciclar as camadas betuminosas das estradas até uma cifra próxima dos 98 por cento é o objectivo do grupo.
Os 25 quilómetros da Estrada Nacional 244, que estão a ser intervencionados na zona de Ponte de Sôr, pela Estradas de Portugal, podem não parecer a quem por ali passa, mas são um verdadeiro laboratório “ao ar livre”. Nesta extensão de via está a ser aplicada uma das mais recentes técnicas de asfaltamento que foram desenvolvidas.
A prática é de tal forma recente, que está a ser aplicada, pela primeira vez, em toda a Península Ibérica.Trata-se de “uma obra de reciclagem das camadas betuminosas”, como explica João Paulo Castro Gomes, responsável pelo “C-MADE” – Centro de Materiais e Tecnologias da Construção, sedeado Faculdade de Engenharia da UBI. Para além de Castro Gomes, o projecto conta ainda com a participação de Marisa Almeida e Maria João Torres. Investigadoras que preparam teses de doutoramento e mestrado, “precisamente neste tipo de aplicação técnica”.
Tal como a designação indica, esta técnica não é mais do que um reaproveitamento da massa asfáltica do troço de estrada que está a ser intervencionado. Tudo começa “com o fresar das camadas, de forma a ser retirado o pavimento degradado”. Esse material é recolhido e colocado num estaleiro para posterior utilização.
Castro Gomes refere também que o velho pavimento “é misturado com uma emulsão betuminosa a temperaturas relativamente baixas, entre os 100 e os 130ºC”. Valores muito diferentes daqueles a que são conseguidas as convencionais massas asfálticas. Logo neste processo “conseguimos garantir duas grandes poupanças para todos os envolvidos, mas sobretudo para o meio ambiente”.
Esta técnica irá levar “a que cerca de 98 por cento do material recolhido previamente, esteja em condições de ser aplicado no local de onde foi recolhido e se comporte como uma massa asfáltica nova”. Ou seja, o velho piso, depois de fresado e aquecido, “está pronto a ser novamente aplicado”.
Desta forma, “consegue-se reaproveitar todo o piso já existente e a matéria-prima que este representa”, mas também, acrescenta o docente, “solucionar o problema dos resíduos que este tipo de intervenções produzem”. Actualmente, todos os desperdícios e detritos das mais variadas obras “têm de ser enviados para locais de acondicionamento certificados”....
Fonte: Jornal Online da UBI
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